sexta-feira, 29 de abril de 2016

07 - Vivendo e Aprendendo

Um passeio e fogos de artifício.

Boa leitura.


Andaram por alguns minutos e logo chegaram ao festival. O lugar estava cheio de gente, muitas luzes coloridas, cheiro de comida no ar, música tocando e pessoas conversando, uma grande festa ao ar livre, como se fosse uma grande feira.
Muitas pessoas vestiam um yukata, uma típica vestimenta japonesa, feita de ceda com diversos desenhos pela roupa e uma faixa que cobria a barriga da pessoa e dava um grande laço nas costas.
-Nossa, tem muita gente aqui. Pensei que não estaria tão lotado. – Comentou Muon.
-Bom, esse festival é bem conhecido por aqui. – Respondeu Nakao enquanto olhava um grupo de crianças passarem correndo por eles carregando um pratinho com comida.
-Acho que não, eu mesmo não conhecia esse evento. – Disse Iwami.
-Eu já tinha ouvido falar desse festival, mas nunca tinha vindo. – Mai olhava ao redor enquanto falava. – Ah, esse cheiro... ali! – Sai correndo no meio da multidão.
-Ei, espera! Mai! – Gritou Nakao, tentando em vão impedir a amiga de se separar.
-Para onde ela foi? – Perguntou Muon.
-Não faço ideia, mas pela reação dela, parece que para alguma barraquinha de comida. – Observou Nakao.
-Provavelmente foi por comida mesmo, sintam esse cheiro no ar. É delicioso. E parece que vem da direção em que ela correu. – Comentou Iwami. – Vamos segui-la então?
Os garotos concordaram com a cabeça e o trio seguiu para a fonte do cheiro. O aroma no ar lembrava bife assado com um pouco de batata frita, um aroma que fez a barriga dos três acordar e pedir pelo que emanava o cheiro.
Chegaram a uma barraca com a escrita “sanduiche de bife + batata frita – 10 contas”, não se dava para ver os vendedores pois haviam muitas pessoas na frente, todas tentando comprar um combo de lanche com batata.
-Alguém está vendo a Mai? – Perguntou Iwami, olhando ao redor.
-Vamos nos separar, assim cobriremos uma área maior e será mais fácil acha-la. – Sugeriu Nakao enquanto mexia no celular.
-Mandamos mensagem para os outros caso encontremos ela? – Iwami olhou para os amigos esperando uma resposta.
-Sim. Boa sorte. – Nakao acenou para os amigos e saiu andando para o lado oposto da multidão.
Iwami ficou olhando para seu amigo se distanciando então tomou uma decisão, olhou para Muon e sorriu.
-Eu vou por esse lado. Nos encontramos mais tarde. – E seguiu na mesma direção que Nakao.
Muon apenas observou a amiga e sorriu também, virou-se de costas e começou a procurar pela sua outra amiga, Mai.
Nakao seguia em frente, andando um pouco mais rápido que o normal e desviando da multidão como se fossem postes espalhados pela rua. Iwami teve um pouco de dificuldades de continuar seguindo o garoto, mas conseguiu não perde-lo de vista.
Ele andava determinado, como se soubesse para onde ir, o que deixou Iwami curiosa a respeito do motivo do garoto ter mexido no celular poucos minutos atrás.
Nakao percorreu o festival todo até sair perto de um bosque, que estava iluminado por postes de luz om as pontas arredondadas como uma bola de basquete. O garoto continuou andando pelo bosque até chegar a uma área um pouco menos iluminada e com pouquíssima gente.
Quando o bosque começou a ficar deserto, Nakao saiu da trilha e foi em direção a uma árvore mais distante e então se sentou na sua base. Já Iwami se abaixou atrás de alguns arbustos que estavam do outro lado, observando seu amigo de longe.
Ficaram ali, naquela situação, parados por um tempo que pareceu ser horas até que Nakao olhou lada a direção em que vieram, Iwami também o fez e se surpreendeu com o que viu, a silhueta de uma pessoa. Uma pessoa que Iwami reconheceu na hora, uma pessoa que ela desejava que não fosse. Era a Mai.
A garota se aproximou do jovem sentado na base da árvore, que a olhou e eles se encararam por alguns segundos, então Mai se sentou ao lado dele.
-Hei, por que você se separou do pessoal? – Perguntou Nakao sem olhar para sua amiga, sentada ao seu lado.
-Porque senti um cheiro delicioso e quis saber o que era. – Respondeu a garota, sorrindo enquanto se aproximava mais do garoto.
-Mentira, se realmente fosse isso, você teria me puxado junto. – Argumentou o jovem enquanto tentava afastar a garota.
-Bom, isso é verdade. – Mai então olhou para o outro lado, abraçou os joelhos e deitou a cabeça sobre seus braços.
-Você está bem? – Nakao olhou preocupado para a garota. – Quer conversar? – Perguntou enquanto passava o braço pelos seus ombros.
-Não, estou bem. Não se preocupe, de verdade. – A garota soou aborrecida, mas logo em seguida abriu um sorriso.
-Você está sorrindo, né? – O garoto sorriu e começou a rir de forma divertida.
Mai começou a rir também, virou-se e abraçou seu amigo, ambos ficaram rindo por alguns segundos até que perceberam que estavam bem próximos um do outro, eles se encararam e logo em seguida cada um virou o rosto para um lado, envergonhados.
-Então, realmente não vai me dizer o que há com você hoje, né? – Quis saber Nakao.
-Como assim? Eu falei, estou bem, não há nada de errado comigo. – Respondeu a garota, em um tom defensivo.
-Você esconde algo, posso perceber pela sua voz. Está assim desde manhã, quando estávamos na praça. – O garoto olhou para a amiga com olhos preocupados. – Estou preocupado com você.
-Eu sei, mas eu realmente estou bem. Só pensando em algumas coisas, nada importante. – A voz da garota soou baixo, como se ela não quisesse continuar a conversa.
-Se o que você está pensando não é importante, então porque está te afetando tanto?
-Não está me afetando, é impressão sua. Veja, eu estou super bem.
Mai se levantou, abriu os braços e começou a girar enquanto olhava para o céu, subitamente parou, colocou as mãos na barriga e fez uma careta.
-Acho que não estou tão em assim... – Então colocou uma das mãos na boca e suas bochechas incharam um pouco.
Nakao riu da situação da amiga, mas se levantou, tentou jogar os cabelos da garota para trás enquanto a direcionava para um lixo que tinha ali perto, mas ela levantou a mão indicando que ele parasse, deixou apenas o indicador levantado, sinalizando que precisava de um segundo então levantou a cabeça, se abanou com a outra mão e finalmente respirou fundo.
-Essa foi por pouco. – Falou a garota enquanto fazia careta pelo gosto estranho na boca. – Acho que preciso comer algo.
-É, você realmente não estava bem. Não comemos desde manhã. Vamos, vamos comprar algo para comer.
Nakao pegou na mão da garota e voltaram para o festival, Iwami os seguiu. O casal passou por diversas barracas de comida e pararam em todas para comer uma porção pequena, experimentaram de quase tudo de comida no festival, yakisoba, camarão fritos no espeto, hot-dog, mini pizza, coxinhas e mini pasteis, pães de queijo, churros, espetos de morango cobertos com chocolate, sorvete, algodão doce, entre outras iguarias.
Também passaram pelas barracas de jogos, tiro ao alvo, arremesso de argolas, pesca de peixinho dourado, dardos, loteria e até jogaram bolas de basquete em cestas em uma das barraquinhas, só parando quando o alto falante anunciou que a queima de fogos de artifícios iria começar em vinte minutos.
Nakao e Mai passaram o tempo todo de mãos dadas, enquanto Iwami os seguia com um olhar melancólico. O casal então começou a se afastar da multidão, voltando para o bosque em que se encontraram a algumas horas atrás.
O bosque estava completamente vazio, pois todos as pessoas tinham ido para o festival para ver os fogos.
-Ainda bem que saímos de lá, vai lotar muito. – Comentou Mai enquanto soltava a mão de Nakao e corria em direção a árvore em que estavam encostados mais cedo.
-É, odeio multidão. Não sei como aguento nos eventos, uma multidão descontrolada, quando chove então parecem um bando de formigas sem o rastro para voltarem para o formigueiro. – Nakao se sentou em cima das raízes da árvore.
-Que bela analogia essa, e o pior é que é exatamente assim. – Concordou a garota.
-Você já foi em algum evento maior que esse? Tirando aquele que vocês foram me buscar naquele prédio.
-Ah, sim. Uma vez eu fui em um evento de anime com meu ex e... é melhor mudarmos de assunto. – A garota sorri de forma forçada.
-Bom, se não quer contar, tudo bem. Mas fiquei surpreso, nunca imaginei que você já tivesse ido em um evento maior que esse festival.
-Você ficaria surpreso com o quanto não sabe de minha vida. – Mai olha para Nakao com um sorriso travesso.
Nakao encara a amiga e também sorri.
-Então me surpreenda. Gosto de ser surpreendido.
-Gosta é?
-Gosto.
-Então...
Mai se aproximou de Nakao e o beijou na boca, pressionando seus lábios nos dele, ficaram assim por um tempo. Do outro lado, Iwami, que estava escondida, presenciou a cena e ficou chocada. Então os fogos de artifício começaram a explodir no céu, Iwami aproveitou o barulho dos fogos para sair de seu esconderijo e correr de volta para o festival.

Continua.

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