Boa leitura.
Andaram por alguns minutos e logo chegaram ao
festival. O lugar estava cheio de gente, muitas luzes coloridas, cheiro de
comida no ar, música tocando e pessoas conversando, uma grande festa ao ar
livre, como se fosse uma grande feira.
Muitas pessoas vestiam um yukata, uma típica vestimenta japonesa, feita de ceda com diversos
desenhos pela roupa e uma faixa que cobria a barriga da pessoa e dava um grande
laço nas costas.
-Nossa, tem muita gente aqui. Pensei que não
estaria tão lotado. – Comentou Muon.
-Bom, esse festival é bem conhecido por aqui. –
Respondeu Nakao enquanto olhava um grupo de crianças passarem correndo por eles
carregando um pratinho com comida.
-Acho que não, eu mesmo não conhecia esse evento. –
Disse Iwami.
-Eu já tinha ouvido falar desse festival, mas nunca
tinha vindo. – Mai olhava ao redor enquanto falava. – Ah, esse cheiro... ali! –
Sai correndo no meio da multidão.
-Ei, espera! Mai! – Gritou Nakao, tentando em vão
impedir a amiga de se separar.
-Para onde ela foi? – Perguntou Muon.
-Não faço ideia, mas pela reação dela, parece que
para alguma barraquinha de comida. – Observou Nakao.
-Provavelmente foi por comida mesmo, sintam esse
cheiro no ar. É delicioso. E parece que vem da direção em que ela correu. –
Comentou Iwami. – Vamos segui-la então?
Os garotos concordaram com a cabeça e o trio seguiu
para a fonte do cheiro. O aroma no ar lembrava bife assado com um pouco de
batata frita, um aroma que fez a barriga dos três acordar e pedir pelo que
emanava o cheiro.
Chegaram a uma barraca com a escrita “sanduiche de
bife + batata frita – 10 contas”, não se dava para ver os vendedores pois
haviam muitas pessoas na frente, todas tentando comprar um combo de lanche com
batata.
-Alguém está vendo a Mai? – Perguntou Iwami,
olhando ao redor.
-Vamos nos separar, assim cobriremos uma área maior
e será mais fácil acha-la. – Sugeriu Nakao enquanto mexia no celular.
-Mandamos mensagem para os outros caso encontremos
ela? – Iwami olhou para os amigos esperando uma resposta.
-Sim. Boa sorte. – Nakao acenou para os amigos e
saiu andando para o lado oposto da multidão.
Iwami ficou olhando para seu amigo se distanciando
então tomou uma decisão, olhou para Muon e sorriu.
-Eu vou por esse lado. Nos encontramos mais tarde.
– E seguiu na mesma direção que Nakao.
Muon apenas observou a amiga e sorriu também,
virou-se de costas e começou a procurar pela sua outra amiga, Mai.
Nakao seguia em frente, andando um pouco mais
rápido que o normal e desviando da multidão como se fossem postes espalhados
pela rua. Iwami teve um pouco de dificuldades de continuar seguindo o garoto,
mas conseguiu não perde-lo de vista.
Ele andava determinado, como se soubesse para onde
ir, o que deixou Iwami curiosa a respeito do motivo do garoto ter mexido no
celular poucos minutos atrás.
Nakao percorreu o festival todo até sair perto de
um bosque, que estava iluminado por postes de luz om as pontas arredondadas
como uma bola de basquete. O garoto continuou andando pelo bosque até chegar a
uma área um pouco menos iluminada e com pouquíssima gente.
Quando o bosque começou a ficar deserto, Nakao saiu
da trilha e foi em direção a uma árvore mais distante e então se sentou na sua
base. Já Iwami se abaixou atrás de alguns arbustos que estavam do outro lado,
observando seu amigo de longe.
Ficaram ali, naquela situação, parados por um tempo
que pareceu ser horas até que Nakao olhou lada a direção em que vieram, Iwami
também o fez e se surpreendeu com o que viu, a silhueta de uma pessoa. Uma
pessoa que Iwami reconheceu na hora, uma pessoa que ela desejava que não fosse.
Era a Mai.
A garota se aproximou do jovem sentado na base da
árvore, que a olhou e eles se encararam por alguns segundos, então Mai se
sentou ao lado dele.
-Hei, por que você se separou do pessoal? –
Perguntou Nakao sem olhar para sua amiga, sentada ao seu lado.
-Porque senti um cheiro delicioso e quis saber o
que era. – Respondeu a garota, sorrindo enquanto se aproximava mais do garoto.
-Mentira, se realmente fosse isso, você teria me
puxado junto. – Argumentou o jovem enquanto tentava afastar a garota.
-Bom, isso é verdade. – Mai então olhou para o
outro lado, abraçou os joelhos e deitou a cabeça sobre seus braços.
-Você está bem? – Nakao olhou preocupado para a
garota. – Quer conversar? – Perguntou enquanto passava o braço pelos seus
ombros.
-Não, estou bem. Não se preocupe, de verdade. – A
garota soou aborrecida, mas logo em seguida abriu um sorriso.
-Você está sorrindo, né? – O garoto sorriu e
começou a rir de forma divertida.
Mai começou a rir também, virou-se e abraçou seu
amigo, ambos ficaram rindo por alguns segundos até que perceberam que estavam
bem próximos um do outro, eles se encararam e logo em seguida cada um virou o
rosto para um lado, envergonhados.
-Então, realmente não vai me dizer o que há com
você hoje, né? – Quis saber Nakao.
-Como assim? Eu falei, estou bem, não há nada de
errado comigo. – Respondeu a garota, em um tom defensivo.
-Você esconde algo, posso perceber pela sua voz.
Está assim desde manhã, quando estávamos na praça. – O garoto olhou para a
amiga com olhos preocupados. – Estou preocupado com você.
-Eu sei, mas eu realmente estou bem. Só pensando em
algumas coisas, nada importante. – A voz da garota soou baixo, como se ela não
quisesse continuar a conversa.
-Se o que você está pensando não é importante,
então porque está te afetando tanto?
-Não está me afetando, é impressão sua. Veja, eu
estou super bem.
Mai se levantou, abriu os braços e começou a girar
enquanto olhava para o céu, subitamente parou, colocou as mãos na barriga e fez
uma careta.
-Acho que não estou tão em assim... – Então colocou
uma das mãos na boca e suas bochechas incharam um pouco.
Nakao riu da situação da amiga, mas se levantou,
tentou jogar os cabelos da garota para trás enquanto a direcionava para um lixo
que tinha ali perto, mas ela levantou a mão indicando que ele parasse, deixou
apenas o indicador levantado, sinalizando que precisava de um segundo então
levantou a cabeça, se abanou com a outra mão e finalmente respirou fundo.
-Essa foi por pouco. – Falou a garota enquanto
fazia careta pelo gosto estranho na boca. – Acho que preciso comer algo.
-É, você realmente não estava bem. Não comemos
desde manhã. Vamos, vamos comprar algo para comer.
Nakao pegou na mão da garota e voltaram para o
festival, Iwami os seguiu. O casal passou por diversas barracas de comida e
pararam em todas para comer uma porção pequena, experimentaram de quase tudo de
comida no festival, yakisoba, camarão
fritos no espeto, hot-dog, mini
pizza, coxinhas e mini pasteis, pães de queijo, churros, espetos de morango
cobertos com chocolate, sorvete, algodão doce, entre outras iguarias.
Também passaram pelas barracas de jogos, tiro ao
alvo, arremesso de argolas, pesca de peixinho dourado, dardos, loteria e até
jogaram bolas de basquete em cestas em uma das barraquinhas, só parando quando
o alto falante anunciou que a queima de fogos de artifícios iria começar em
vinte minutos.
Nakao e Mai passaram o tempo todo de mãos dadas,
enquanto Iwami os seguia com um olhar melancólico. O casal então começou a se
afastar da multidão, voltando para o bosque em que se encontraram a algumas
horas atrás.
O bosque estava completamente vazio, pois todos as
pessoas tinham ido para o festival para ver os fogos.
-Ainda bem que saímos de lá, vai lotar muito. –
Comentou Mai enquanto soltava a mão de Nakao e corria em direção a árvore em
que estavam encostados mais cedo.
-É, odeio multidão. Não sei como aguento nos
eventos, uma multidão descontrolada, quando chove então parecem um bando de
formigas sem o rastro para voltarem para o formigueiro. – Nakao se sentou em
cima das raízes da árvore.
-Que bela analogia essa, e o pior é que é
exatamente assim. – Concordou a garota.
-Você já foi em algum evento maior que esse?
Tirando aquele que vocês foram me buscar naquele prédio.
-Ah, sim. Uma vez eu fui em um evento de anime com meu ex e... é melhor mudarmos
de assunto. – A garota sorri de forma forçada.
-Bom, se não quer contar, tudo bem. Mas fiquei
surpreso, nunca imaginei que você já tivesse ido em um evento maior que esse
festival.
-Você ficaria surpreso com o quanto não sabe de
minha vida. – Mai olha para Nakao com um sorriso travesso.
Nakao encara a amiga e também sorri.
-Então me surpreenda. Gosto de ser surpreendido.
-Gosta é?
-Gosto.
-Então...
Mai se aproximou de Nakao e o beijou na boca,
pressionando seus lábios nos dele, ficaram assim por um tempo. Do outro lado,
Iwami, que estava escondida, presenciou a cena e ficou chocada. Então os fogos
de artifício começaram a explodir no céu, Iwami aproveitou o barulho dos fogos
para sair de seu esconderijo e correr de volta para o festival.
Continua.
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