Após um bom tempo (novamente) parado concluo essa continuação.
Pretendo continuar escrevendo essa história, pois ela é especial para mim.
Boa leitura!
05 - Vivendo e Aprendendo
-Desculpa, mas quem são vocês? E por que estão
chorando? – Perguntou Nakao, confuso.
-Como assim, cara? Não está nos reconhecendo? Somos
seus amigos! – Falou Muon, pegando nos braços do amigo.
-Desculpe, não me recordo de vocês. Se me derem
licença, estou no meio de uma leitura aqui. – Então se virou e voltou a ler o
livro.
Iwami e Mai ficaram pasmas com a reação do garoto.
Mai limpou as lágrimas e respirou fundo, então olhou para seus amigos.
-O que ele está falando?
-Não sei, mas sei que ele não deveria estar aqui. –
Respondeu Iwami, preocupada.
-Acho que ele sofreu um forte impacto na cabeça,
devia estar no hospital. – Concordou Muon. – Ei, Nakao, vamos. Temos que voltar
para o hospital.
-Hospital? Não preciso disso, estou muito bem. –
Respondeu Nakao sem olhar para o amigo.
-Nakao, temos que ir. Você nem está vestido. –
Respondeu Mai.
Ao perceber o que acaba de comentar, as garotas
ficam enrubescidas e viram o rosto, com vergonha.
Nakao estava vestido apenas a camisola do hospital,
semelhante a um vestido largo de bolinhas azuis, mas aberto na parte de trás e
o que impedia de ficar totalmente aberto eram dois cordões que se amarravam.
Por baixo dessa camisola, ele estava pelado, exceto pelas meias brancas. Usava
um chinelo fechado na frente com furinhos.
-Er... Nakao, você devia colocar algumas roupas. –
Disse Muon, tirando uma blusa de sua mala e entregando ao amigo.
-Roupa? Eu não estou de cosplay? Pensei que era um cosplay
muito bem feito. – Nakao se olhou de cima a baixo, deu de ombros e voltou a ler
seu mangá.
-Cosplay?
– Perguntou Mai.
-É, quando as pessoas se vestem iguais a
personagens de seriados e filmes. – Explicou Muon.
-Como se fosse fantasia?
-Sim, mas os cosplayers
não gostam que vocês chamem cosplay
de fantasia, apesar de ser.
-Pessoal, poderiam vir aqui um momento? – Pediu
Iwami enquanto se afastava de Nakao.
O trio se afasta do amigo e conversam em um canto.
-Acho que podemos levar o Nakao para o hospital sem
causar tumulto. – Sugeriu Iwami.
-Como? – Perguntou Muon.
-Podemos fingir que somos cosplayers e que vamos a um evento e levamos ele junto.
-Ótima ideia, mas onde iremos arranjar as roupas? –
Perguntou Mai
-Se esqueceu de onde estamos? – A garota sorria,
confiante.
Mai e Muon olharam em volta e lembraram que estavam
em um evento e haviam roupas que podiam ser alugadas. Os dois sorriram para a
garota e então foram alugar algumas roupas.
Voltaram após se trocarem e viram Nakao parado no
mesmo lugar, na mesma posição, mas com um livro diferente. Eles se aproximaram
lentamente do amigo para não assusta-lo.
-Nakao? – Chamou Mai.
O garoto olhou para quem o chamou e se surpreendeu
com a vista. Três pessoas, duas garotas e um garoto, todos vestidos de forma
diferente um do outro. O garoto se vestia com um uniforme azul, um uniforme de
gola alta e bem justa ao corpo, com detalhes em dourado e tinha uma espada
embainhada na sua cintura.
Iwami se vestia como uma garota mágica, um vestido
cheio de babados cor de rosa, um chapéu rosado para combinar com a roupa estava
em sua cabeça, meias brancas até o meio das coxas e sapatilhas vermelhas,
carregava um bastão com uma coisa que parecia uma cabeça de pássaro na ponta.
Mai usava um casaco de couro marrom com um escudo e
duas asas se cruzando nas costas, uma calça branca com uma peça de roupa que
era enrolada em suas pernas e um par de botas pretas.
-Uau, que cosplay
incrível o de vocês. Bem menos humilde que o meu. – Nakao analisou os três que
o abordaram.
-Estamos indo para um evento maior, quer ir
conosco? – Perguntou o garoto de azul.
-Evento? – Nakao soou desconfiado, não lembrava de
nenhum evento grande acontecendo naquele dia. Na verdade, não lembrava de muita
coisa.
-Sim, não é muito longe daqui. Um ônibus que passa
aqui perto vai nos deixar em frente. Quer vir conosco? – Perguntou a garota de
rosa.
-Isso parece suspeito. – Comentou o garoto de
camisola.
-Não é nada suspeito, você vai adorar o evento. –
Comentou a garota de jaqueta de couro, falando um pouco mais rápido do que
pretendia.
Nakao olhou para o trio, desconfiado. Fechou o
livro e o guardou, lentamente. Então saiu correndo pelo outro lado do corredor.
O trio ficou olhando para Nakao enquanto ele se distanciava deles, trocaram
olhares e então saíram correndo atrás dele.
Apesar de como estava vestido, Nakao corria rápido,
desviava das pessoas e obstáculos com facilidade, abrindo cada vez mais
distancia, nem Muon, que é um jogador titular do time de futebol, conseguia
desviar tão bem da multidão e atingir a velocidade máxima.
-Definitivamente vou pedir para o Nakao entrar para
o time de Strider da escola. –
Comentou Muon enquanto pulava algumas mesas.
-Strider?
– Mai desviava de um casal e pulava por cima de um homem que estava abaixado.
-É tipo uma corrida com obstáculos, o pessoal desse
clube costuma fazer parkour. –
Respondeu Iwami enquanto corria em ziguezague para desviar das pessoas que
atravessavam o corredor. – Ele se daria bem no clube.
-Pois é, mas por hora temos que alcança-lo.
-Eu tive uma ideia, tentem guia-lo para o outro
lado, eu vou por aqui e tentar emboscar ele. – Sugeriu Mai.
Os dois concordaram e Mai entrou por um corredor
lateral e sumiu de vista, Iwami e Muon continuaram perseguindo Nakao. O
corredor ficava cada vez mais largo, o número de obstáculos só aumentava, mas a
energia de Nakao estava começando a diminuir, o que fez com que a dupla se
aproximasse dele.
-Pare, Nakao! Por que está correndo de nós? –
Gritou Iwami, se esforçando para não perder o ritmo.
-Somos seus amigos! Queremos te ajudar! – Muon
gritava e se aproximava cada vez mais.
-Amigos não mentem para os outros! E por que vocês
querem me levar para o hospital? Odeio hospitais, foi muito difícil escapar de
lá! – Retrucou Nakao, ficando sem fôlego.
-Você está machucado, precisa voltar para o
hospital para se curar! – Insistiu Iwami.
-Posso me recuperar em casa. – Respondeu o garoto,
praticamente sem fôlego. – Parem de me seguir!
-Não podemos fazer isso, Nakao. Por favor, nos
escute, apenas queremos o seu bem. – Insistiu Iwami.
-Para de me amolar e me deixe em paz, Iwami! –
Gritou Nakao antes de entrar por um corredor mais estreito.
-Ele entrou onde deveria entrar, agora é só a Mai
emboscar ele que o capturaremos. – Muon sorriu triunfante.
Iwami continuou correndo, porém pensativa. Os
próximos eventos aconteceram tão rápido quanto um piscar de olhos. Nakao pulou
por uma cadeira, Mai apareceu na frente dele, o agarrou e ambos saíram rolando
pelo corredor, mas durante o rolamento, Nakao conseguiu se desvencilhar da
garota e começou a se levantar. Logo em seguida Muon e Iwami se aproximaram e o
garoto pulou em cima do amigo, Iwami fez a mesma coisa sem pensar, Mai se
levantou e se jogou em cima do trio. Nakao perdeu o resto do folego que tinha e
desmaiou.
Quando Nakao acordou, ele já estava em uma cama de
hospital e dessa vez preso na cama. O trio que o perseguirá estava presente e
ficaram felizes ao ver o garoto acordar.
-Ainda bem que você está bem, Nakao. – Disse Mai,
preocupada.
-Verdade, você nos deu um baita susto, e um baita
trabalho para voltar para cá. Agora se concentre em se recuperar logo. Sua
memória voltará com o tempo, tenho certeza. – Muon afirmou, animado.
-Como eu vou me focar em me recuperar se eu já
estou bem? E eu não perdi minha memória, apenas não conheço vocês. Agora, me
soltem, vocês não podem me manter aqui contra minha vontade. – Nakao tentava se
soltar, mas estava bem preso.
-Realmente, você não perdeu sua memória. Apenas
está tirando sarro de nossas caras, não é? – Iwami olhava para Nakao com um
olhar zangado.
-Do que você está falando? – Perguntou o garoto
preso, confuso.
-Você entendeu. Não falamos nossos nomes desde o
momento em que te encontramos, então como você sabia meu nome se não se lembra
da gente?
Todos olharam surpresos para Iwami, mas quem estava
mais surpreso era Nakao. Depois Muon e Mai olharam para o garoto preso na cama,
tentando entender o que estava acontecendo.
-Como assim, Iwami? É verdade que talvez não
chegamos a falar nossos nomes, mas como você pode ter tanta certeza que não
falamos? – Perguntou Mai.
-Iwami tem ótima memória, e vive apegada a
detalhes. Não me surpreenderia se isso fosse verdade. – Confirmou Muon. – Então
quer dizer que você estava tirando sarro da gente? – O garoto sorriu de forma
maléfica para seu amigo preso.
-E... Eu não estava tirando sarro de ninguém, nem
sei quem são vocês! – Gaguejou Nakao.
-Ah, sabe sim. Se não parar de fingir, vou revelar
seus segredos para a Mai. – Iwami sorriu sadicamente.
-Segredos? – Perguntaram Mai e Nakao juntos, a
garota soou animada, já o garoto, preocupado.
-Segredos? Aqueles segredos? – Perguntou Muon, se
divertindo com a situação.
-Sim, aqueles segredos. E então, vai parar com a
brincadeira, Nakao? Ou devo revelar seus segredos?
-Eu não tenho nenhum segredo. Pode contar. – Disse
Nakao, inseguro.
-Uma vez ele me perguntou como se declara para uma
garota, então sugeri que ele fizesse algo que chamasse a atenção da garota e no
dia seguinte ele correu em direção a ela, que estava do lado de umas barras de
ferro, pulou nas barras e tentou fazer barra enquanto se declarava.
-Mas que jeito mais idiota de se declarar. –
Comentou Muon.
-E... Eu não fiz isso. – Negou Nakao.
-Como você sabe? Você nem lembra da gente. – Sorriu
Iwami.
-Eu não lembro de vocês, mas lembro de meu passado
e com toda certeza eu não fiz isso. – Nakao começou a ficar vermelho igual a um
pimentão.
-Certo, pergunte a Camila então, da turma cinco.
Ela irá dizer se você fez isso ou não.
-Você está mentindo.
-Ok, vou contar outro então. Teve uma vez que
estávamos conversando no meio do shopping quando você se levantou e abriu os
braços e acertou os peitos de uma garota que estava passando. Como se não
bastasse acertar os peitos dela, você ainda os apertou, na frente da mãe dela!
-Meu deus, Nakao. Como você conseguiu fazer isso? –
Perguntou Mai enquanto cobria os próprios peitos.
-Eu não fiz isso! É mentira dela, Mai! – Nakao
olhou suplicante para a garota. – Você vai acreditar nela?
-Teve aquela vez também que você foi mostrar uma
cena de uma revista para uma garota e ela acabou virando a página, nessa outra
página a personagem estava praticamente pelada. Isso realmente aumentou sua
fama de tarado. – Iwami ria alegremente.
-Droga, isso realmente aconteceu, não tenho como
negar. – Nakao olhou para baixo, pensativo. – Mas eu juro que os outros casos
que a Iwami falou são mentiras.
-Nakao, por que você está tentando se justificar
para a Mai? – Perguntou Muon, curioso.
-Porque...
-Porque ela é a única que não sabe se essas coisas
aconteceram ou não. – Cortou Iwami. – Chega de brincar, Nakao. Eu sei que você
está apenas fingindo, agora o porquê disso, eu não faço ideia.
-Ok, eu paro. Admito que estava zoando com vocês,
mas pare de contar mentiras para a Mai. O que ela vai pensar de mim agora? –
Nakao olhou para Mai, preocupado.
-Não se preocupe, Nakao. Mesmo que você tenha feito
todas essas coisas, continuarei sua amiga... amiga... – A garota sorri sem
jeito.
Nakao fica abalado e seus amigos começam a rir,
então o garoto também começa a rir. Iwami dá um soco no garoto e todos param de
rir na hora e ficam observando a cena.
-Seu idiota, nunca mais faça isso. Eu realmente
fiquei preocupada contigo, pensando que tinha algo de errado com sua cabeça. –
Resmungou Iwami, chorando.
-Desculpe, mas depois desse soco, provavelmente
terei alguma sequela. – Nakao sorriu para a amiga.
A garota o abraça chorando enquanto seus amigos
sorriem com a cena com os olhos marejados.
Continua...
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