domingo, 30 de setembro de 2012

02~ Uma aventura no tempo


Sem saber do incidente, Nakao viaja por um túnel brilhante de cor verde esmeralda. Ficou vislumbrando a paisagem que lhe chamava a atenção e então, quando menos esperava, cai de cara numa estrada de terra batida. Antes que conseguisse se levantar, ouve sons de cavalos se aproximando e se joga para fora da estrada num pulo, quase sendo atropelado por uma cavalaria.
Eles aparentavam estar com pressa, então Nakao resolveu seguir a mesma direção que eles. Após algum tempo caminhando, encontra uma bifurcação. Não conseguiu ler o que estava escrito na placa então foi para a direita. Andou mais alguns passos e então ao longe avistou uma casa humilde. Rumou em direção a ela, em frente a casa, uma garota de cabelos curtos, brancos e com mexas roxas claras, olhos azuis claros, trajando um quimono simples."Linda" pensou Nakao, ainda mais com a luz do entardecer. Ela varria o chão em frente a casa quando percebeu a aproximação do estranho garoto. Movido pela curiosidade, a garota para de varrer e fica observando-o enquanto ele se aproxima.


-Boa tarde! Você consegue me entender? -fala alto
A garota apenas o observa.
-Acho que ela não me entende... Eu! Não! Sei! Onde! Estou! -fazendo gestos e falando alto -Você! Saberia! Me! Dizer! Onde! Estou?!
-Cala a boca! Não somos surdos, seu idiota! -um berro de dentro da casa.

Recuando de susto, Nakao percebe que a garota estava meio corada e de dentro da casa, um senhor de idade sai portando uma espada, parecia irritado. A garota percebe a ação do velho e então tenta impedi-lo de sair, mas ele a empurra para o lado, desembainha a espada e aponta para o jovem, que em resposta coloca mãos esquerda para trás, pronto para puxar uma das adagas.

-Por que diabos você está gritando? Você é retardado por acaso? Eu sou velho mas não sou surdo, imbecil!
-Me-me desculpe. -levanta a mão livre como se estivesse se protegendo -Eu pensei que vocês não entenderiam o que eu falo então...
-Então resolveu gritar conosco? -interrompe o velho -Ideia de gênio, rapaz. Irei recompensa-lo cortando sua língua fora! -começa a andar em direção de Nakao.
-Pare já com isso papai! Ou eu vou ter que contar para a mamãe que você está ameaçando as pessoas novamente? -com as mãos na cintura e olhando feio para o velho.
-Er, vo-você não contaria o que estou fazendo para sua mãe né? -sorri com medo -Eu só estava protegendo você desse esquisito.
-Ele não fez nada e também não tinha intenção de fazer nada, provavelmente é um cliente. Guarde já essa espada e você trate de tirar suas mãos da bainha da sua arma. -Nakao solta na hora -Então, em que podemos ajuda-lo, viajante? -sorri como se nada tivesse acontecido.
-"Assustador." -pensa Nakao -Eu queria saber onde estou, em que ano e se tem alguma cidade aqui perto.
-Run, não falei? Ele é um idiota, não sabe nem que ano está! Louco. -resmunga o velho.
-Papai, não fale assim com ele, entre logo em casa antes que eu conte pra mamãe. -reclama fazendo bico, e então volta sua atenção ao garoto  -Estamos na era 3 do reinado do Searry.
-Searry? Como assim reinado? Aqui não é Sakurabo?
-Sakurabo? Onde fica isso?
-Esquece. Hum, você poderia me explicar esse negócio de 'reinado'? E quem é esse Searry?
-Você não sabe quem é Searry? Você deve ter perdido a memória para não saber quem é o rei Searry. Ele foi um herói que salvou esse mundo das garras dos demônios. Ele e seus dois amigos derrotaram o senhor das trevas e então trouxeram a paz.
-É? Então ele deve ser bem forte, eu gostaria de encontra-lo.
-Bom, ouvi dizer que você poderá vê-lo durante seu passeio de carruagem em seu reino.
-E onde fica o reino dele? Me diga! -começa a ficar empolgado.
-E-eu não sei... Eu nunca sai das redondezas de casa. -fala desanimada.
-O reino de Searry fica ao leste daqui, três dias de caminhada. -responde o velho que estava passando por eles.
-Pai, eu já não pedi para você ficar dentro de casa? E por que você está com sua espada? Já falei que ele é um cliente!
-Não vou gastar a lâmina de minha espada num lixo como ele, vou para a cidade.
-Para a cidade? -Nakao fica surpreso. -Então tem uma cidade aqui perto. Eu vou com o senhor.
-Não, você não virá comigo. Não queria dizer isso mas, fique aqui. -olha sério para Nakao e então vai em direção a cidade.
-O que houve com o velho? -confuso.
-Ele está estranho, algo de ruim está para acontecer na cidade.
-Como assim?
-Meu pai tem um poder estranho, ele consegue prever coisas ruins, como destruição ou morte de gente importante.
-Então a cidade está em perigo! -começa a correr.
-Espere! Você não pode ir!
Para e olha para trás. -Por que não?
-Porque é perigoso.
-Mas por esse motivo temos que ir ajudar seu pai e a cidade!
-Não, mesmo que você vá, não terá chances de vencer. Melhor deixar ele ir sozinho, nós apenas iriamos atrapalha-lo. Confie em meu pai, ele é forte. -olha esperançosa para a direção da cidade.

Em um morro perto da cidade, o velho olhava a triste situação. A cidade estava em chamas, gritos de socorro, choros e um rugido que fazia até o mais bravo dos homens tremer em suas bases. "Cheguei tarde? Não, ainda dá para salva-los." pensa o velho que começa a descer o morro correndo com a mão direita pronta para sacar sua katana. Algumas bestas que estavam próximos ao morro, percebem a aproximação do velho e então atacam-no. Eram três bestas com uma aparência terrível, braços longos e mãos grandes, unhas que pareciam garras, olhos vermelhos, em sua boca haviam milhares de dentes afiados, parecia os dentes de um tubarão, eles possuíam uma calda de aproximadamente 1 metro e seus corpos eram cobertos por escamas negras. Eles eram grandes e fortes, mas esses monstros não amedrontaram o homem, que corria cada vez mais rápido em direção a elas. O mais próximo do velho jogou seu punho em sua direção, seu braço esticara numa velocidade impressionante, mas o velho, com um movimento bem sutil, desvia do soco e então, sacando a espada extremamente rápido, corta-lhe o braço fora. Tal criatura grunhe de dor, chamando a atenção dos seus companheiros que estavam pela cidade. Antes que a segunda criatura pudesse fazer algo, sua cabeça fora cortada pelo velho samurai num corte horizontal vindo da esquerda, girando seu corpo, o velho fica de frente para a besta que teve o braço cortado e colocando sua katana para baixo, o corta ao meio de baixo para cima. Vira-se rapidamente e usando a bainha de sua arma, defende-se de uma bola de energia negra que a terceira besta havia lançado contra ele. Com um pequeno impulso, aparece em frente ao monstro e então o chuta na altura do estomago, fazendo-o voar e parando somente quando destrói cinco casas. E então, o velho sacode sua espada para tirar o excesso de sangue e então embainha-a, ao olhar para a cidade, vê um exército de pelo menos dez bestas iguais as que acabara de derrotar junto com cerca de vinte magos negros. Todas as bestas lançaram uma esfera negra de energia em direção ao velho, junto das bolas de fogo dos magos. As magias acertam o velho, que não se mexeu, levantando muita fumaça. Antes que a fumaça fosse desfeita, cinco magos são acertados por projéteis que atravessaram suas cabeças, então os demais começaram a conjurar uma magia mais poderosa porém o velho aparece na frente de um deles e corta-lhe na diagonal, de cima para baixo e já avançava para o próximo, cortando-lhe ao meio, fora avançando de um em um, cortando-os, chutando-os ou esmagando-os contra o chão usando as bestas que o atacavam.
Longe dali, Mai percebe que seu pai estava em perigo porém não comenta nada. Os dois jovens estavam sentados em frente a casa, olhando para o céu. Nakao percebe a inquietação da garota e resolve tentar acalma-la.

-Seu pai... Ele está demorando, né?
-É. Mas não se preocupe, ele vai voltar.
-Mas eu não estou bem preocupado com ele. -sorri desajeitado. -A propósito, qual o seu nome? Eu me chamo Nakao.
-Mai.
-Você está bem?
-Hum? Ah, estou sim.
-Tem certeza? Você parece inquieta. Aconteceu algo com seu pai?
-Nada, por que a pergunta? -sorri tentando disfarçar a preocupação.
-Porque você está agindo estranha. Vamos, diga-me em que direção fica a cidade que eu vou ajuda-lo!
-Eu já falei, é perigoso! Você não deve ir!
-Se você não quer ajudar seu pai, tudo bem, eu farei isso sozinho. -começa a andar na direção que o velho havia ido.
-E-espere! Eu vou com você. -volta para a casa e então sai dela com um pequeno pedaço de madeira.
-O que é isso? -estranhando o objeto.
-Minha arma, vamos logo. -vai na frente.

Já a uma certa distância da cidade, podia-se ver um vermelho no céu, o que indicava que algo estava queimando. Temendo o pior, a dupla correu  mais rápido. Ao chegar, viram o que temiam encontrar, a cidade estava em chamas e totalmente destruida. Logo na entrada, corpos de magos negros e bestas estavam caidos no chão, cortados. Temendo encontrar seu pai morto, Mai corre sem pensar duas vezes cidade adentro, Nakao corre em seguida. Correndo em meio aos destroços da cidade, mais e mais corpos eram encontrados até chegarem ao centro da cidade, onde uma pessoa estava parada, em pé olhando para a cima. Os dois ficaram observando aquele ser e então ele olha para eles e para a surpresa de Mai, ouve-se uma voz familiar.

-O que vocês estão fazendo aqui?
-Pa-papai? É mesmo o senhor? O que aconteceu aqui? Está tudo destruído! -começa a ir em direção a ele, mas Nakao o impede.
-Eu não mandei vocês ficarem em casa? Aqui é perigoso!
-Foi por isso mesmo que viemos! -falou Nakao. -Sabíamos que era perigoso, e viemos te ajudar.
-Me ajudar? Garoto, você não sabe de nada sobre esse mundo e mesmo assim quer se intrometer nos nossos assuntos? Você é muito ingênuo, ou devo dizer um tolo ignorante?
-Papai, por que está falando assim com ele? -vira-se para Nakao. -E o que ele quis dizer com 'não é desse mundo'?
-É uma longa história. -responde a Mai.
-Agora, saiam logo daqui antes que ele chegue. -olha sério para o céu.
-Ele quem? -pergunta Nakao.
-Oh, vejo que ainda há humanos imundos vivos no terreno do meu futuro castelo.

Um olho vermelho cuja pupila era semelhante a de um réptil abria-se em frente a lua, dando a impressão que a lua era um olho fechado. Em frente a esse olho, uma figura aparece e começa a tomar forma. Usando uma armadura preta, tinha cabelos negros e olhos vermelhos, um humano, não, um demônio na forma humana. Ele ficou flutuando no céu enquanto olhava para os humanos ali presentes com um ar de desprezo.

-Droga, ele chegou.
-Quem é ele papai?
-Papai? Então você concebeu ao mundo uma filha? Hum? Ah, entendo.
-O que você está fazendo aqui, Ryn?
-Ora ora, e isso é jeito de dar as boas vindas ao seu velho e pior... Inimigo? -sorri maliciosamente.
-Ele... Não pode ser! Você é o Rei das Trevas, Ryn? -Mai diz assustada.
-Quem? -Nakao pergunta confuso.
Fazendo uma reverencia. -Ao seu dispor, minha fi...
-CALADO! VOLTE PARA SEU DESCANSO ETERNO SEU BASTARDO!

O velho interrompe a fala do Rei das Trevas e então ataca-o, pulando em sua direção e fazendo um saque rápido, cortando-o ao meio.

-Caramba, você não mudou nada Jeuth, continua impaciente como sempre. -falava o corpo partido ao meio.
-E você continua chato para morrer, Ryn. -fala enquanto se prepara para mais um ataque.
-Ele foi cortado ao meio e mesmo assim está falando? O quão assustador é esse cara? -pergunta Nakao, espantado.
-E quem seria você garoto? Nunca te vi. -pergunta o corpo enquanto se junta. -Bom, não importa, você irá morrer junto com eles! -após se recuperar, joga uma lança negra em direção ao Nakao.
-CUIDADO! -Jeuth grita e então pula em direção a lança, sendo perfurado fazendo-a parar antes de acertar Nakao.
-PAPAAAAAAAI! -grita Mai desesperada.
-Opa, isso não estava nos meus planos, pelo menos não era para ele morrer agora.
-Co-como se eu fosse morrer por uma coisa dessas! -fala Jeuth enquanto desfaz a lança negra e retoma o equilibrio.
-Hum, pelo visto você continua forte. Mas já está velho de mais para me enfrentar, por que você não simplesmente morre? -sorri e joga várias esferas de energia negra.

Todas as esferas de energia acertam o alvo, levantando muita poeira. Ryn já se considerava vencedor e baixou a guarda, e então do meio da fumaça Nakao voa em direção a ele como se fosse uma flecha, utilizando suas adagas como a ponta da flecha. Porém Ryn reagiu instantaneamente ao ataque e desvia o corpo, quando Nakao estava passando pelo seu lado, Ryn dá uma cotovelada em suas costas, fazendo-o voar direto para o chão. Logo após Nakao aparecer como uma flecha, lanças de gelo surgiram da fumaça, e como Ryn estava de guarda baixa, após golpear Nakao, então as lanças de gelo o acertam causando dano ao seu corpo. Lentamente Ryn começa a cair e pouco antes de encostar no chão, um raio de luz passa por ele, era Feuth que acabara de corta-lo ao meio. Quando Feuth guarda sua espada, vomita sangue e então cai de joelhos. Nakao se levanta e seus olhos estava brilhando e quando a fumaça se dissipa, Mai aparece mas com uma aparência diferente. Seu cabelo havia congelado, ela tinha perdido a consciência e estava se movimentando pela raiva que sentia contra Ryn.
Ryn então se recupera e percebe que Mai estava fora de controle e para não ficar em mais desvantagem do que já estava, com o corpo ferido e sendo atacado sem interrupção, resolve ataca-la primeiro. Nakao e Feuth faziam ataques em conjuntos, enquanto um atacava e tinha esse ataca desviado ou bloqueado, o outro já estava atacando o ponto cego de seu oponente. Com isso, eles conseguiam causar bastante dano nele e nos poucos segundos que eles não atacavam, Mai atava com magia. Era uma combinação perfeita, se não fosse por alguns detalhes. O que foram descobertos por Ryn e os utilizou para contra-atacar. Sabendo que Nakao e Mai estava atacando inconscientemente e que o atacavam em seu ponto cego, ele conseguiu prever o movimento de Nakao quando Feuth atacou. Defendendo o golpe de Feuth, logo deu-lhe um chute giratório com o calcanhar, dando-lhe tempo o suficiente para chegar próximo o bastante de Mai e ataca-la com uma esfera de energia negra. O ataque acerta-a, jogando-a longe e destruindo algumas casas e então ela fica desmaiada.
Nakao vê Mai sendo jogada para longe e fica mais agressivo. Com ataques aleatórios, mal acertavam Ryn e Feuth estava começando a ter dificuldades em se mover. Ryn aproveitou essa chance e quando Nakao tenta acerta-lo com a adaga da mão direita, ele gira seu corpo, desviando do golpe e acertando um chute no queixo dele, fazendo-o girar algumas vezes no ar e caindo um pouco mais afastado, perdendo a consciência. Ryn começa a se aproximar de Feuth, que estava ajoelhado e sangrando muito. Ele já não tinha mais forças para atacar ou se defender, só pode ficar olhando os dois jovens sendo nocauteados.

-Parece... Que... Vocês pe-per... Deram. -ofegando.
-Você pode... Ter vencido agora... -vomita sangue e então sorri. -Mas... Eles irão... Salvar... Esse mundo... De você, isso... Eu... Garanto.
-Continue falando besteiras, seu velho insolente.

Ryn perfura o coração de Feuth com as próprias mãos. Antes de morrer, Feuth deu seu último ataque. Segurou firme a mão de seu inimigo que havia perfurado seu peito e então sacou sua espada para cortar a cabeça dele fora com um corte vindo da direita, cortando-a. Mas Ryn ainda tinha um pouco de energia sobrando então regenerou-se, gastando o restante de sua energia. Resolve ir embora, pois ficara sem energia, começou a afundar nas sombras, deixando os jovens vivos.
Algum tempo depois, começa a chover e Mai  acorda. Mal consegue se levantar, então fica sentada por alguns segundos para reunir forças para ficar de pé. Já levantada, Mai, ao ver a cena de destruição da cidade, começa a ficar preocupada com seu pai e com o jovem que conhecera ainda naquele dia. Olhando de um lado a outro, nada via, até que avistou um vulto ajoelhado. Ao aproximar-se, desespero e angustia dominaram a garota, junto com uma profunda tristeza e uma amarga realidade a atingira. Era seu pai quem estava ajoelhado, com um sorriso em seu rosto e um buraco em seu peito. Mai ajoelhou ao seu lado e o abraçou, seus gritos foram abafados pelo som chuva forte. Nakao começa a acordar e logo encara uma cena que o fez sentir um frio em suas espinhas, ele avista Mai chorando abraçada ao seu pai, morto. O garoto consegue se levantar e então aproxima-se da jovem e fica parado ao seu lado, olhando para o chão, chorando, compartilhando a dor com sua amiga.

Continua...

2 comentários:

  1. A história tá legal, mas vc precisa diminuir um pouco o tamanho dos parágrafos, assim fica mtu cansativo.

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    1. Criar mais parágrafos ajudaria? Separar eles, talvez... Ou simplesmente colocar menos informação? O que ajudaria nesse aspecto?

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