Vivendo e Aprendendo, uma nova personagem e adversária? Leia para descobrir mais!
Boa leitura!
06 - Vivendo e Aprendendo
-Então, tudo pronto para ir embora? – Perguntou a
garota encostada na porta do quarto.
Ela estava vestida com uma camiseta branca de manga
regata, uma mini bermuda jeans, um cinto de couro e um tênis all star preto com detalhes em vermelho.
Seus cabelos, loiros e lisos, estavam divididos e presos em dois rabos de
cavalo, seus olhos castanhos olhavam intensamente para o garoto com um brilho
de admiração.
-Sim, mal posso esperar para sair daqui. –
Respondeu o garoto enquanto olhava ao redor.
O garoto estava terminando de se vestir, estava
colocando sua camisa azul, vestia uma calça jeans preta e sapato escuro, seus
cabelos brancos estava bagunçados como de costume e seus olhos pretos refletiam
sobre o tempo em que ele passou naquele quarto de hospital.
O casal sai do quarto juntos, o garoto carregava
uma mala com muda de roupas usadas. Do lado de fora do hospital, dois amigos do
casal os esperavam. Os amigos correram para abraçar o garoto que acabara de
receber alta, rindo em comemoração.
-Não esqueceu nada? – Perguntou Muon, um garoto de
camisa branca, colete azul claro, bermuda que ia até sua canela, tênis
esportivo e uma corrente pendurada no cinto.
-Não, nadinha. Vamos para algum lugar, quero
retomar o tempo perdido. – Sorriu Nakao.
-Onde você pretende ir? – Perguntou Iwami, curiosa.
A garota estava vestida com uma camisa amarela de um macacão jeans claro e
“sapatênis” bege.
-Primeiro quero passar em casa, para deixar isso
aqui. – Nakao apontou para sua mala. – Depois podemos ir ao festival que está
acontecendo no centro.
-Ótima ideia. Nós nos encontraremos mais tarde
então? – Perguntou Muon.
-Pensei que íamos todos juntos. – Nakao olhou para
seus amigos.
-Desculpe, mas tenho um compromisso agora. –
Respondeu Iwami.
-E eu tenho que ir ajudar o Ryn, o time dele está
com desfalque novamente. – Explicou-se Muon. – Parece que serão apenas vocês
dois. – O garoto sorri.
-Eu não me importo em te acompanhar, Nakao. E
também estou livre durante o resto do dia. – Mai sorri para seu amigo.
Nakao fica enrubescido pela ideia de estar a só com
a garota, mas acena positivamente com a cabeça.
-Nos vemos mais tarde então. – Disse Nakao.
-Ok, até mais tarde. – Se despediu Muon e Iwami.
O casal ficou vendo seus amigos se afastarem, então
Nakao vira para Mai.
-Vamos? – Pergunta o garoto.
-Vamos. – A garota responde, sorrindo.
Nakao e Mai começam a andar lado a lado, a garota
ficava olhando para a mão do Nakao, olhava para a própria mão e voltava a olhar
para a mão do garoto. Então ela se decidiu e tentou pegar na mão dele, mas o
garoto aponta para algum lugar, deixando a garota pegar o nada.
-Ei, quer dar um tempo naquela praça? – Perguntou o
garoto.
Mai olha para a praça e se lembra da conversa que
teve com Muon e Iwami naquele mesmo lugar há um tempo. Foi nesse lugar onde a
garota se deu conta de seus sentimentos pelo Nakao.
-Vamos. – A garota sorri e vai em direção a um
balanço e se senta. – Venha, sente-se do meu lado.
O garoto obedeceu a amiga e sentou-se no balanço ao
lado. A garota começou a se balançar de forma distraída enquanto o jovem ficou
observando-a. Ela percebe que o seu amigo o observava e então para.
-O que foi? – Perguntou Mai, sem jeito.
-Nada, só estou pensando. – Respondeu Nakao olhando
para a garota.
-Pensando em que?
-Em diversas coisas.
-Tipo?
-Em como nos conhecemos.
-Ah. – Mai ficou sem jeito. – Foi de um jeito bem
estranho, né?
-Um pouco, mas foi de um jeito marcante. E fico
feliz por ter conhecido você.
Mai fica vermelha como um pimentão.
-E de ter Muon e Iwami como amigos. Espero que
nossa amizade continue igual por muito tempo.
-Amizade, é... Também espero que sejamos amigos por
muito tempo. – A garota sorri forçado enquanto seu rosto volta ao normal.
-Você está bem? – Nakao olhava para a amiga de um
jeito curioso.
-Estou, estou, tudo tranquilo. – Respondeu a garota
distraidamente.
-Eu gosto de você.
-Eu também gosto de você.
Ficaram alguns segundos em silêncio então a garota
processou o que seu amigo lhe disse, ela olhou espantada para ele e começou a
ficar vermelha.
-O que você disse? – Perguntou a garota de forma
desajeitada.
-Só disse que gosto de você.
-Gosta em que sentido? De amizade, claro. Não sei
por que me surpreendi.
-Você está bem mesmo?
-Estou sim, só um pouco distraída.
-Estranho ver você distraída, geralmente você está
sempre atenta.
-É impressão sua, estou sempre no mundo da lua. – A
garota sorri.
-Então somos dois. – O garoto começa a olhar para o
nada.
O dia estava ensolarado, mas com uma temperatura
agradável e uma brisa suave passava por eles, deixando uma sensação de frescor
em seus corpos. Algumas crianças brincavam no terreno de areia no meio da
praça, outros subiam e desciam no “trepa-trepa”, um brinquedo feito com
diversas barras de metal no formato de um pequeno castelo.
O tempo foi passando e os amigos continuaram em
silêncio, aproveitando o clima agradável. Crianças riam enquanto se divertiam,
idosos conversavam enquanto atravessavam a praça, alguns carros passavam nas
ruas próximas, uma tarde calma e tranquila.
-Vamos? Preciso levar essa mala para casa. – Disse
o garoto.
Mai concordou e ambos se levantaram e saíram da
praça. Andaram um pouco, não conversaram durante o percurso. Chegaram em frente a casa do Nakao, o garoto
morava em um prédio simples de dois andares com cinco portas em cada andar, um
conjunto de apartamentos.
-Não sabia que você morava em um apartamento. –
Comentou a garota, surpresa.
-Pensou que eu morasse em uma casa?
-Bom, sim. É que você está sempre com um mangá
diferente, as vezes está com um livro, então pensei que morava em um lugar com
mais espaço.
-É questão de organização. – O garoto sorriu. –
Vamos.
Nakao subiu as escadas que ficavam na lateral do
prédio e se dirigiu até a terceira porta da esquerda para a direita.
-Como são seus vizinhos?
-Diferentes. – Respondeu Nakao assim que abriu a
porta. – Venha, entre. Sinta-se em casa e não repare na bagunça.
Nakao foi na frente, ele tirou seus sapatos na
entrada e colocou-os em um pequeno armário do lado direito no lugar de alguns
chinelos, então retirou um par de chinelos e deixou no chão e foi até uma porta
mais a frente e passou por ela.
O apartamento de Nakao era pequeno, a entrada tinha
o formato de um L, após entrar no apartamento, a direita havia o pequeno
armário com os sapatos e chinelos, a esquerda havia uma pequena máquina de
lavar roupa e uma porta ao lado, paralela a entrada havia uma porta de vidro opaco.
Seguindo em frente via-se uma geladeira pequena e ao lado um pequeno móvel com
um fogão de uma boca e uma pia.
Logo em seguida havia uma outra porta, por onde
Nakao havia ido, lá era o quarto e sala do apartamento, depois da porta, do
lado esquerdo, havia um armário onde o garoto guardava suas roupas e seu futon, uma espécie de edredom mais
grosso, a televisão e um armário cheia de livros e mangás também ficavam a
esquerda do cômodo e do lado direito ficava uma mesinha com algumas almofadas
no chão para se sentar. No final do apartamento havia uma porta de vidro de
correr que dava em uma pequena varanda e a vista dava para a casa vizinha.
-Não se acanhe, entre. – Gritou Nakao do quarto.
Mai ficou um pouco confusa com o que via, mas
imitou o que seu amigo fez, tirou seus sapatos e colocou no espaço vazio do
armário e então calçou os chinelos e entrou no apartamento e foi até o quarto.
A garota chegou no quarto e viu Nakao arrumando sua mala, separando as roupas
sujas das limpas e pendurando seu uniforme em um cabide do lado de fora do
armário.
-É um “apertamento”. – A garota soltou um riso
descontraído.
-É, mas é aconchegante. Pode se sentar onde quiser.
– O garoto falou sem olhar para trás. – E você se acostuma depois de um tempo,
a morar em um lugar como esse.
-Entendo. – Concordou a garota, pensativa.
-Sério, o que houve? Você está bem mesmo, Mai? –
Nakao se virou para a amiga e a olhou nos olhos, deixando-a envergonhada.
-Está tudo bem sim, não se preocupe. – A garota
desviou o olhar para a estante de livros então algo chamou sua atenção.
Ao se aproximar da estante, um livro em particular
chamou a atenção da garota, um livro sobre Mitologias em geral. Ela pega o
livro e então começa a folhear, o garoto apenas fica observando-a de forma
curiosa.
-Você gosta de mitologia?
-Sim, algumas histórias são interessantes, as vezes
imagino se esses mitos não são reais, sabe? Como filhos de deuses salvando o
mundo e tudo o mais.
-Sei o que você quer dizer, me sinto da mesma forma
em relação a mangás e animes, é como fugir da realidade, sabe? Viver em um
mundo de fantasia, uma nova realidade e tal.
-Sim, exatamente isso que eu estava falando.
Realmente pensamos de forma parecida. – A garota sorriu então ficou
envergonhada novamente, fechou o livro e o guardou. – Precisa de ajuda?
-Ãn? Não, obrigado. Estou quase terminando. Quer
algo para beber enquanto espera? Acho que ainda tenho um refrigerante na
geladeira.
-Não, obrigada.
Ficaram em silencio por alguns minutos então o
garoto voltou a fazer o que estava fazendo antes e a garota se sentou do lado
oposto onde Nakao estava.
-Então, você se lembra de algo do incidente que te
colocou no hospital? – Perguntou Mai enquanto mexia na sua própria camisa.
-Na verdade, não. E mesmo que eu lembra-se de algo,
não falaria nada. Isso seria muito problemático.
-Mas você vai deixar seus agressores saírem
impunes? – Mai soava preocupada. – E se eles voltarem para te ameaçar?
-Bom, darei um jeito. – Respondeu o garoto enquanto
olhava para o além. – Terminei aqui. Quer dar uma volta? Ainda temos tempo até
o horário do festival.
A garota balançou a cabeça de forma negativa e
então abraçou suas pernas e apoiou sua cabeça em seus joelhos. O garoto
observou sua amiga sentada então foi se sentar ao lado dela, apoiou a cabeça no
ombro da garota e fechou os olhos. Mai abriu um sorriso, mas não levantou a
cabeça, ambos ficaram naquela posição por um tempo, deixaram o tempo fluir, não
fizeram movimentos bruscos e nem falaram nada, apenas ficaram naquela posição
apreciando a companhia um do outro.
O primeiro a fazer um movimento foi Nakao, que
levantou a cabeça e passou o braço em torno dos ombros da amiga, que também
levantou a cabeça e apoiou-a no peito do amigo. O garoto então apoiou sua
cabeça na dela e permaneceram de olhos fechados até que dormiram.
Uma música alta no estilo heavy metal começou a tocar, a letra era japonesa, era uma música
conhecida. Nakao começou a acordar e se viu sentado ao lado de sua amiga,
abraçando-a, e em seu bolso, seu celular tocava sua música favorita. Ele o
atendeu e sua voz soava enrolada devido o fato de ter acabado de acordar.
-Alô?
-Nakao? Onde você está? Está com a Mai? Estamos te
procurando a horas! – Falou a voz no telefone.
-Muon? É você?
-É claro que sou eu, cara. Quem mais seria? E por
que você parece grogue?
-Acabei de acordar. Mas porque você está me
procurando?
-Porque o festival está para começar. Cara, estou
passando na sua casa agora, fique pronto. – Muon então desliga o celular.
-Bom, pelo menos não iremos perder o festival. Mai,
acorda. Muon e Iwami vão passar aqui.
Mai estava dormindo ao seu lado, eles haviam dormido
sentados e abraçados. A garota acordou de forma preguiçosa, se espreguiçou e
olhou em volta, ao reparar na posição em que estavam Mai levanta-se em um
salto, assustada.
-Eu... onde estamos?
-Estamos em minha casa, agora vá lavar o rosto.
Vamos para o festival daqui a pouco.
-Na sua... eu dor... nós dormimos? – Mai ficou
vermelha.
-Sim, é o que parece. Muon acabou de ligar e ele
disse que está passando aqui com a Iwami. – Disse Nakao.
-Ah, entendi. – Respondeu a garota.
-Agora vá lavar seu rosto, você está com uma cara
horrível. – O garoto sorriu para a amiga.
A garota sorri e acena positivamente com a cabeça e
vai ao banheiro lavar o rosto. Nakao olha ao redor, para seu quarto, e então se
levanta e começa a olhar sua estante, perdido em pensamentos. Mai voltou para o
quarto e Nakao foi lavar o rosto, assim que ambos terminaram de lavar o rosto,
saíram da casa e esperaram na calçada e pouco tempo depois uma voz soou da
esquina.
-Ei! Finalmente encontramos vocês! Onde vocês
estavam até agora? – Gritou Muon enquanto se aproximava.
-Esqueceram que íamos no festival hoje? – Perguntou
Iwami.
-Vamos então? – Sugeriu Nakao. – Estou morrendo de
fome.
Ouviram um som de ronco e então olharam para o
garoto, que colocou a mão na barriga e soltou uma risada constrangida. Nakao
começou a andar, seus amigos o acompanharam.
Continua.
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